RECEITA FEDERAL APREENDE 4 TOALHAS NA FRONTEIRA!!!
Por Edla Mattoso
Estamos em Foz do Iguaçu. Quase nada deveria me surpreender ainda. Eu, que nasci aqui e acompanhei muitas mudanças, muitas discussões em torno do tema de maior destaque na midia local e nacional: Ponte da Amizade ( ou seria Ponte das Intrigas?? Ponte das Pautas??) pensei que nada mais fosse me indignar.
Fiscalizar a entrada irregular de mercadorias no Brasil vindas do Paraguai, começando pela aduana é totalmente normal. Os órgãos federais responsáveis estão lá para isso , certo???
R: Quase certo.
A partir do momento em que se impõem regras,penso que elas só funcionarão se forem padronizadas e contínuas. Mas quem passa pela aduana todos os dias pode presenciar um rodízio (esse não de pizza mas tá quase lá)de ordens e regras que acabam por confundir o cidadão sobre a verdadeira responsabilidade e direitos inerentes á quem atravessa a fronteira.
Várias versões já foram divulgadas. Apesar dessa inconstância, existe uma única verdade que permanece igual desde o dia da inauguração das novas instalações da aduana brasileira: a insuficiência de estrutura para atender o fluxo intenso de carros, motos e turistas principalmente nos feriados.
Não gostaria de inserir-me no contexto para justificar a indignação explicita nesse texto, mas infelizmente não será possivel essa isenção.
No ultimo dia 12, saí do meu trabalho em Ciudad Del Este as 13 horas pois tinha uma viagem marcada para as 14:30. Pouco antes de me despedir dos colegas na loja, lembrei que havia esquecido um pequeno detalhe para a minha viagem. Precisava comprar umas toalhas para meus dois filhos ( coisa de mãe que quer levar toalhas com os desenhos preferidos da prole).Como não teria tempo pra comprar em Foz, comprei em Ciudad Del Este mesmo. Queria apenas duas peças mas as lojas só vendiam no mínimo 06 peças. Acabei deixando duas na loja e levei quatro para a viagem.
Sempre vou trabalhar de carro, mas naquele dia , justamente pelo medo de enfrentar as enormes filas que se formam nos feriados, me aventurei em deixar o carro no lado brasileiro e atravessar a ponte de moto-táxi.Fui tranquila , sabendo que não teria nenhum problema em atravessar a alfândega...ledo engano.
Quando entramos naqueles becos que eles chamam de pistas, foram logo parando a minha moto. Tranquilamente abri a sacola mostrei as quatro toalhas e disse que como moradora de Foz não estava levando aquilo para fins comerciais. O senhor ( que deve realmente ter um salário muito injusto)bem mau-humorado praticamente gritou: " MEIO CENTAVO DE DÓLARES TEM QUE DECLARAR, VAI PARA A FILA"-esbravejou. Olhei para a fila e nem enxerguei o fim. Aquelas pessoas na maioria turistas se dispondo a ficar horas embaixo de sol ou chuva para declarar uma boneca para a filha, um carrinho para um afilhado, ou quem sabe uma única toalha para uso próprio.Não sou melhor que nenhuma delas, mas além de não dispor de tempo para fazer o que me pediram, fui uma que resolveu questionar aquela desorganização toda,ato que muitos daqueles cidadãos gostariam de fazer e talvez por medo nao o fizeram. Fui tentar conversar com outro fiscal da RF que parecia mais educado. Disse a ele que sempre passo ali pra trabalhar de carro, mas como naquele dia tinha compromisso preferi usar o moto-taxi. Obtive a seguinte declaração: "Não posso fazer nada por vc, talvez fosse melhor vc ter passado de carro mesmo", como se com o carro eles não iriam ver aí tudo bem(é tudo uma questão de escolha né, vai ver eu escolhi errado).
Por Edla Mattoso
Estamos em Foz do Iguaçu. Quase nada deveria me surpreender ainda. Eu, que nasci aqui e acompanhei muitas mudanças, muitas discussões em torno do tema de maior destaque na midia local e nacional: Ponte da Amizade ( ou seria Ponte das Intrigas?? Ponte das Pautas??) pensei que nada mais fosse me indignar.
Fiscalizar a entrada irregular de mercadorias no Brasil vindas do Paraguai, começando pela aduana é totalmente normal. Os órgãos federais responsáveis estão lá para isso , certo???
R: Quase certo.
A partir do momento em que se impõem regras,penso que elas só funcionarão se forem padronizadas e contínuas. Mas quem passa pela aduana todos os dias pode presenciar um rodízio (esse não de pizza mas tá quase lá)de ordens e regras que acabam por confundir o cidadão sobre a verdadeira responsabilidade e direitos inerentes á quem atravessa a fronteira.
Várias versões já foram divulgadas. Apesar dessa inconstância, existe uma única verdade que permanece igual desde o dia da inauguração das novas instalações da aduana brasileira: a insuficiência de estrutura para atender o fluxo intenso de carros, motos e turistas principalmente nos feriados.
Não gostaria de inserir-me no contexto para justificar a indignação explicita nesse texto, mas infelizmente não será possivel essa isenção.
No ultimo dia 12, saí do meu trabalho em Ciudad Del Este as 13 horas pois tinha uma viagem marcada para as 14:30. Pouco antes de me despedir dos colegas na loja, lembrei que havia esquecido um pequeno detalhe para a minha viagem. Precisava comprar umas toalhas para meus dois filhos ( coisa de mãe que quer levar toalhas com os desenhos preferidos da prole).Como não teria tempo pra comprar em Foz, comprei em Ciudad Del Este mesmo. Queria apenas duas peças mas as lojas só vendiam no mínimo 06 peças. Acabei deixando duas na loja e levei quatro para a viagem.
Sempre vou trabalhar de carro, mas naquele dia , justamente pelo medo de enfrentar as enormes filas que se formam nos feriados, me aventurei em deixar o carro no lado brasileiro e atravessar a ponte de moto-táxi.Fui tranquila , sabendo que não teria nenhum problema em atravessar a alfândega...ledo engano.
Quando entramos naqueles becos que eles chamam de pistas, foram logo parando a minha moto. Tranquilamente abri a sacola mostrei as quatro toalhas e disse que como moradora de Foz não estava levando aquilo para fins comerciais. O senhor ( que deve realmente ter um salário muito injusto)bem mau-humorado praticamente gritou: " MEIO CENTAVO DE DÓLARES TEM QUE DECLARAR, VAI PARA A FILA"-esbravejou. Olhei para a fila e nem enxerguei o fim. Aquelas pessoas na maioria turistas se dispondo a ficar horas embaixo de sol ou chuva para declarar uma boneca para a filha, um carrinho para um afilhado, ou quem sabe uma única toalha para uso próprio.Não sou melhor que nenhuma delas, mas além de não dispor de tempo para fazer o que me pediram, fui uma que resolveu questionar aquela desorganização toda,ato que muitos daqueles cidadãos gostariam de fazer e talvez por medo nao o fizeram. Fui tentar conversar com outro fiscal da RF que parecia mais educado. Disse a ele que sempre passo ali pra trabalhar de carro, mas como naquele dia tinha compromisso preferi usar o moto-taxi. Obtive a seguinte declaração: "Não posso fazer nada por vc, talvez fosse melhor vc ter passado de carro mesmo", como se com o carro eles não iriam ver aí tudo bem(é tudo uma questão de escolha né, vai ver eu escolhi errado).
Toda aquela ação enérgica do funcionário exemplar da RF parece lindo e correto não é, afinal,a Receita Federal está lá para isso. O que não dá pra engolir é que em vários outros dias, talvez por sorte de quem passa, ou bom humor do agentes federais vc consegue sim passar ali com 4 toalhas ou mesmo 6. Espero realmente que enquanto os dois fiscais se deram ao trabalho de ficar parados me impondo a declaração das 4 toalhas,outra pessoa não tenha conseguido passar despercebida com algo que realmente possa vir a estragar a vida de uma familia, com é o caso do grande numero de drogas que entra no país vindas do Paraguai, como acompanhamos nos noticiários.
Se é pra ser rígido a esse ponto, ótimo, mas façam 100%. Onde está a estrutura para que o turista ainda tenha vontade de vir para cá? O que querem os orgãos federais de fiscalização ao expor o turista que ainda insiste em fazer compras do outro lado da ponte a horas de espera, num empurra empurra, debaixo de sol e chuva?
A impressão de quem passa e testemunha tudo isso é de que não querem acabar só com o sacoleiro que dependia das viagens constantes para garantir o sustento. Agora querem deixar claro aos turistas que lá também não é lugar para eles?
No mesmo dia em que fui impedida de passar com as toalhas , encontrei uma colega que ficou admirada com o ocorrido.Foram essas as suas palavras: " Semana passada eu passei de onibus e o fiscal até entrou no veículo, olhou tudo, mostrei as coisas que eu tinha comprado e ele disse que tava tudo certo, podiamos prosseguir" contou.Essa colega é de Foz do Iguaçu e talvez tenha escolhido o dia certo né, aquela história da sorte, de encontrar os servidores bem-humorados, naqueles dias que eles nem lembram o que significa a palavra regra, vai ver a culpa foi minha mesmo, não soube escolher o dia. Deve haver algum sorteio: "amanhã a gente vai botar pra quebrar, vamos pegar tudo" ou " hoje vamos ser mais light gente"!!!!
Não sou a favor do contrabando, mas coerência é algo que está faltando na administração da nova aduana. Se eles não dispõe de estrutura suficiente deveriam ser inteligentes o suficiente para discernir a fiscalização com pessoas que estão levando além da cota permitida, pessoas que mesmo na cota precisarão apresentar a declaração de bagagem caso sigam viagens para outras cidades ou estados. Na verdade o turista que está com cota correta e sabe que para continuar a viagem,precisará da DBA ( Declaração de Bagagem) vai espontaneamente para as filas a fim de seguir a viagem sem problemas. Agora eu, com 4 toalhinhas, pego uma DBA para ir da ponte até um bairro de Foz do Iguaçu?
Uma das grandes provas de que naquela aduana falta principalmente pessoal são as imensas filas de carros até mesmo em dias de pouco movimento. Se tem pouco movimento a aduana fica operando com apenas uma pista (beco), até que a fila fique bem grande , deve ser algum tipo de prazer visual ver aquelas pessoas na maioria voltando do trabalho, tendo que andar a 20km/h até passar a fiscalização, isso começando na cidade vizinha. É TRISTE!!
E AGUARDEM PORQUE COM TODO ESSE CAOS AINDA VEM POR AÍ A ADUANA DE SAIDA DO BRASIL!!!Só acho válido a questão dos carros roubados que seguem em direção ao Paraguai,isso realmente tem que acabar. Espero que sejam inteligentes a ponto de focar essa logística e não criem mais transtornos ao iguaçuenses que buscam o sustento do lado de lá e são obrigados a arcar com todas as consequencias das idéias mirabolantes criadas pelos orgãos fiscalizadores.E os turistas?? Espero qeu venham com bastante tempo e paciencia para enfrentar mais essa, se é que ainda virão.
Será que para darem conta do trabalho na aduana de saída do País vão esquecer da aduana de entrada? Será que aí sim vou poder comprar umas toalhinhas lá sem precisar tomar um banho de sol nas longas filas? Tomara né, sabem por que??
Aquelas toalhinhas que comprei no feriado do dia 12 ficaram nos pés do fiscal, pois foi o único lugar onde pude jogá-las para poder seguir meu caminho, dessa vez não sozinha: EU E A MINHA INDIGNAÇÃO!
Se é pra ser rígido a esse ponto, ótimo, mas façam 100%. Onde está a estrutura para que o turista ainda tenha vontade de vir para cá? O que querem os orgãos federais de fiscalização ao expor o turista que ainda insiste em fazer compras do outro lado da ponte a horas de espera, num empurra empurra, debaixo de sol e chuva?
A impressão de quem passa e testemunha tudo isso é de que não querem acabar só com o sacoleiro que dependia das viagens constantes para garantir o sustento. Agora querem deixar claro aos turistas que lá também não é lugar para eles?
No mesmo dia em que fui impedida de passar com as toalhas , encontrei uma colega que ficou admirada com o ocorrido.Foram essas as suas palavras: " Semana passada eu passei de onibus e o fiscal até entrou no veículo, olhou tudo, mostrei as coisas que eu tinha comprado e ele disse que tava tudo certo, podiamos prosseguir" contou.Essa colega é de Foz do Iguaçu e talvez tenha escolhido o dia certo né, aquela história da sorte, de encontrar os servidores bem-humorados, naqueles dias que eles nem lembram o que significa a palavra regra, vai ver a culpa foi minha mesmo, não soube escolher o dia. Deve haver algum sorteio: "amanhã a gente vai botar pra quebrar, vamos pegar tudo" ou " hoje vamos ser mais light gente"!!!!
Não sou a favor do contrabando, mas coerência é algo que está faltando na administração da nova aduana. Se eles não dispõe de estrutura suficiente deveriam ser inteligentes o suficiente para discernir a fiscalização com pessoas que estão levando além da cota permitida, pessoas que mesmo na cota precisarão apresentar a declaração de bagagem caso sigam viagens para outras cidades ou estados. Na verdade o turista que está com cota correta e sabe que para continuar a viagem,precisará da DBA ( Declaração de Bagagem) vai espontaneamente para as filas a fim de seguir a viagem sem problemas. Agora eu, com 4 toalhinhas, pego uma DBA para ir da ponte até um bairro de Foz do Iguaçu?
Uma das grandes provas de que naquela aduana falta principalmente pessoal são as imensas filas de carros até mesmo em dias de pouco movimento. Se tem pouco movimento a aduana fica operando com apenas uma pista (beco), até que a fila fique bem grande , deve ser algum tipo de prazer visual ver aquelas pessoas na maioria voltando do trabalho, tendo que andar a 20km/h até passar a fiscalização, isso começando na cidade vizinha. É TRISTE!!
E AGUARDEM PORQUE COM TODO ESSE CAOS AINDA VEM POR AÍ A ADUANA DE SAIDA DO BRASIL!!!Só acho válido a questão dos carros roubados que seguem em direção ao Paraguai,isso realmente tem que acabar. Espero que sejam inteligentes a ponto de focar essa logística e não criem mais transtornos ao iguaçuenses que buscam o sustento do lado de lá e são obrigados a arcar com todas as consequencias das idéias mirabolantes criadas pelos orgãos fiscalizadores.E os turistas?? Espero qeu venham com bastante tempo e paciencia para enfrentar mais essa, se é que ainda virão.
Será que para darem conta do trabalho na aduana de saída do País vão esquecer da aduana de entrada? Será que aí sim vou poder comprar umas toalhinhas lá sem precisar tomar um banho de sol nas longas filas? Tomara né, sabem por que??
Aquelas toalhinhas que comprei no feriado do dia 12 ficaram nos pés do fiscal, pois foi o único lugar onde pude jogá-las para poder seguir meu caminho, dessa vez não sozinha: EU E A MINHA INDIGNAÇÃO!
Um comentário:
Muito bom o texto Edla
o contexto narrativo está ótimo
e o contexto crítico melhor ainda!
Parabéns!
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